17.1.12

Aprenda a liderar

Procure apoio efetivo
Um líder não é ninguém sem a colaboração dos seus apoiantes.
A equipa que consegue juntar à sua volta é o que o faz um
verdadeiro líder. Precisa de apoio eficiente e efectivo.
Existem três maneiras principais de obter apoio: à força,
enganando ou incitando deliberadamente os outros a trabalharem
consigo. É claro, o valor do seu apoio depende, sobretudo, dos
seus motivos! É evidente que o melhor apoio é aquele que se
ganha aberta e deliberadamente, sem forçar nem enganar.
No entanto, todos os tipos de apoio têm, pelo menos, algum
valor, desde que o reconheça e o use tal como é. Não aceite
qualquer oferta de apoio. Tente detectar os motivos que estão por
detrás da oferta e, se achar que vale a pena, então aproveite-a.
Como se pode fazer isto no dia-a-dia? Aqui tem uns conselhos
práticos.

Seis conselhos práticos para ser um líder melhor

1. Não dê ordens num tom autoritário
Sabe bem como costuma reagir a ditadores? Pois bem,
lembre-se de que, tal como você, ninguém gosta de receber
ordens assim.
Desenvolva o hábito de dar as suas ordens sob a forma de
pedidos, ou como decisões conjuntas. Vejamos alguns exemplos.
Quando falar com um subordinado, substitua:
“Quero isto feito até amanhã”
por
“Seria uma grande ajuda se pudesse fazer isto até amanhã.”
ou...
“Você facilitava a minha vida se pudesse...(e explique
porquê).”
Quando falar com os seus filhos, substitua:
“Ou limpas o quarto ou não sais no sábado!”
por
“Importas-te de limpar o teu quarto antes de sair? Ficaria muito
contente.”
Mas não se esqueça de que uma ordem é sempre uma ordem,
não importando como seja dada. E nunca dê uma ordem a não ser
que seja absolutamente necessário. Assim, levarão a ordem mais a
sério.

Da mesma forma, evite ultimatos o mais possível. Não há nada
mais degradante que sentirmos que estamos sujeitos a um
ultimato. Qualquer apoio que obtenha desta maneira será forçado
e não voluntário e evocará ressentimentos, uma vez que está, de
certa maneira a humilhar a pessoa. Os ultimatos só devem ser
usados em último recurso. São mais típicos de ditadores do que de
verdadeiros líderes.

2. Use a técnica do “nós”
Tente substituir “você” por “nós”, quando der uma ordem. Por
outras palavras, em vez de dizer à sua secretária:
“Ponha-me esta carta no correio, se faz favor.”
poderia dizer
“Temos de enviar esta carta hoje, pode encarregar-se disso?”
Substituindo o imperativo “você” pelo “nós”, solicita a
colaboração voluntária da outra pessoa, baseada em interesses
comuns. E, claro, esta é uma maneira muito mais eficaz de fazer
as coisas.
Mas, ouço-o dizer, não é sempre possível dar instruções assim.
Pois é verdade, mas faça-o o mais possível e verá como esta
simples técnica tem bons resultados.
Pratique sozinho. Escreva as ordens que normalmente tem de
dar à sua família ou no trabalho.
Agora escreva-as de novo, usando “nós” o mais possível.
Pratique dizê-las em voz alta. Quando surgir o momento em que
tiver de dar uma ordem, tente. Soará perfeitamente normal.

3. Uma variação desta técnica
Dê ordens, fazendo perguntas:
“Não acha que devemos fazer alguma coisa para rectificar a situação?”
“E se fizéssemos alguma coisa àquela porta?”
Este tipo de perguntas exige uma decisão. As outras pessoas
sentir-se-ão lisonjeadas pelo facto de as respeitar ao ponto de lhes
pedir a opinião e estarão prontas para fazer muito mais por si.
Pratique dar as suas ordens sob a forma de perguntas, tal como
fizemos com a técnica do “nós”. Pratique-as em voz alta e faça
com que soem naturalmente.

4. Aprender a delegar
Uma das perguntas do teste que acabou de fazer era sobre
como delegar. Um verdadeiro líder sabe delegar poderes. Se sabe
que tem aderentes eficientes, então não deve ter dificuldade
nenhuma em delegar neles.
Um número incrível de gerentes queixam-se de não serem
capazes de delegar seja o que for, nem mesmo a tarefa mais
simples. Acham que são indispensáveis para os trabalhos mais
pequenos, então passam o tempo todo a trabalhar. Porquê? Porque
estão a fazer não só o seu próprio trabalho como também o dos
seus subordinados.
Como foi que se meteram nesta situação?
Ora, em vez de estarem sempre a fazer comentários sobre as
deficiências dos seus empregados, deviam passar um pouco mais
de tempo a pensar nos seus próprios defeitos como líderes. Um
mau líder nunca tem bons seguidores. Aprenda a confiar nos seus
aderentes

5. Aprenda a elogiar os outros
Esta questão também foi abordada no teste. Lembre-se dos
seus anos escolares. Não era mais motivado pelo elogio e as boas
notas do que pela crítica e a censura?
Todos gostamos de ser apreciados. Não hesite em elogiar os
seus aderentes se eles trabalham bem. Não exagere com elogios
compridos – deixe só ficar claro que aprecia um trabalho bem
feito: “O relatório que elaborou a semana passada estava muito
bem feito”, ou: “Aprecio muito o esforço que está a fazer”, ou:
“Aprecio o trabalho que está a fazer”. Seja o mais breve e directo
possível.
Apesar de já terem sido remunerados pelas horas
extraordinárias, os seus empregados gostarão que lhes diga
pessoal e delicadamente que apreciou o trabalho extra que estão a
fazer.
E, no futuro, não terá problemas para encontrar voluntários
para trabalhar horas extras quando tal for necessário.

6. Resolva os problemas rapidamente
Não deixe que situações problemáticas se transformem em
crises. Você será a primeira vítima. Trate o abcesso logo que
souber que existe !
Se algum dos seus empregados parece estar descontente ou
triste, seja directo e pergunte qual é o problema. Não dramatize as
coisas demasiadamente, não há necessidade de desenvolver um
confronto público. Diga apenas que está disponível e que, se
querem falar sobre alguma coisa, o podem fazer.
Se um empregado passa o tempo a fazer má cara, pergunte
discretamente se ainda gosta do trabalho, se está tudo bem em
casa, se está bem de saúde, etc. Deixe-o saber que se preocupa
com ele. Se o empregado está a ter problemas pessoais, pode ser
que se abra, que fale sobre eles e se sinta melhor por isso.
Não faça perguntas por detrás das costas dessa pessoa, que
certamente não gostará se o souber.
Seja diplomático. Se a pessoa não quer falar, não insista.
Mostre-lhe que espera que os seus problemas se resolvam e que,
se precisar de si, estará à disposição dela.
Extraido eBook Como se tornar um líder
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