Luiz Marins, Ph.D.
Fui convidado a participar da XII CONFAM – Convenção da
Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais – filiada à
BPW – Business Professional Women – organização mundial de empresárias e
profissionais. A convenção, no Rio de Janeiro, contou com centenas de empresárias e
profissionais de todo o Brasil e representantes da BPW da Europa, Estados Unidos e
América Latina.
Não preciso dizer da crescente participação da mulher na empresa.
Nem preciso falar que a cada dia que passa elas assumem funções mais relevantes como
executivas. Não preciso comentar sobre as empresárias – donas de seus próprios
negócios – número que vem aumentando a cada dia. Nós homens, que nos cuidemos! As
mulheres estão assumindo posições antes tidas como "exclusivamente"
masculinas, até nas forças armadas.
O que faz o sucesso da mulher na empresa?
A mulher trabalha sempre mais "concretamente" que o homem. O
homem vive num mundo abstrato. O homem cuida da "humanidade" mas pouco faz por
pessoal alguma. Preocupa-se com a "infância" mas pouco faz por alguma criança
concreta. Ama a "juventude" e quase nada faz por jovem algum. Cuida do
"mercado" e pouco é capaz de fazer para um "cliente" específico.
A mulher, pela própria sociedade, não pode se dar ao luxo do
abstrato. Se ela não acordar o filho, ele perde a aula. Se ela não fizer ou providenciar
o almoço, não tem almoço naquele dia. Se ela não fizer a compra do supermercado, não
terá a família o que comer, etc. A mulher não "recomenda" que se faça. Ela
faz! O mundo dela é o mundo do "concreto". Por isso quando o marido morre a
mulher se liberta! Ela continuará fazendo a sua vida concreta como sempre fez. Quando a
mulher morre, o marido ou se casa novamente ou morre em seguida, porque não é capaz de
viver concretamente sozinho. Ele não sabe fazer quase nada concreto.
Assim, na empresa, a mulher executiva é mais "pé-no-chão"
do que muitos homens. Ela sabe que se não cuidar dos detalhes o todo sairá imperfeito.
Ela sabe que as coisas têm que ter começo, meio e fim para que possam dar certo. Muita
vez os homens ficam irritados com o "pensar feminino" porque ele é justamente
menos "abstrato" e mais concreto. Elas querem saber simplesmente como as coisas
acontecerão, sem muita fantasia, própria do homem que às vezes custa perceber que as
coisas são diretas e simples ou não acontecerão.
O perigo para a mulher na empresa é justamente o modelo masculino.
Muitas pensam que para vencer na empresa precisam imitar o falido modelo masculino do
abstracionismo. A mulher sabe que é "conversando" que se entende e não poupa
tempo e energia para falar com cada um dos funcionários incansavelmente, até para
desespero dos homens. A mulher não deixa a "vaca deitar". Ela fala, fala,
insiste, vai atrás, repete, até conseguir. O homem desiste logo, fica calado. Dizem
alguns empresários com mulheres em postos chave em suas empresas que as mulheres são
mais "leais", mais "fiéis" aos produtos e às marcas da empresa, são
mais comprometidas, prestam mais atenção aos detalhes, cobram mais, acompanham mais os
projetos, etc. Os homens que se cuidem!